quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Aula 1 - Infantil (Anglo)

Atualmente trabalho em 3 lugares diferentes: No colégio (particular) Anglo Santista, com uma turminha de educação infantil e com 5 turmas de fundamental: de 1º a 5º anos. Na UME Colégio Santista (público) com os 5ºs anos – e eventualmente outras séries do fundamental 1, e na Escola Pêcompê (particular), com uma turminha de ensino infantil.
Apesar de estarmos em 1º de fevereiro, minha rotina de aulas ainda não voltou ao normal, essa semana só darei aulas para o Ensino Infantil, 1º e 2º ano do Anglo. As demais turmas voltaremos na semana que vem. Mas já vou descrever essas primeiras aulas para vocês e dar algumas outras sugestões de “primeiras aulas”.


Ensino Infantil – Anglo

Na primeira aula do ano com a turminha do Infantil, a maioria dos alunos já eram meus no ano passado, porém haviam alguns alunos que eu não conhecia. Se fosse o caso de uma turma completamente nova, a aula aconteceria de maneira diferente (darei dicas num próximo post), mas não foi o caso. Sobre a idade, é ensino infantil mesclado, logo tenho alunos de 2 a 6 anos em média, não posso dizer com muita exatidão. A aula dura de 50 min a 1 hora.

  • Eu inicio sempre as aulas com os pequenininhos os deixando falar. Costumo sentar em roda com eles e um de cada vez me conta as novidades da semana, se assim quiserem. Primeiro porque como nossos encontros são semanais eles ficam muito eufóricos ao me ver e depois que eles se expõem, geralmente se acalmam para que possamos trabalhar. Segundo porque acredito que nessa fase é extremamente importante estimular a comunicação verbal deles, por isso os escuto e interajo com muita empolgação sob tudo que eles falam.
  • Após essa conversa, desenhei bem grande na lousa as máscaras símbolo do teatro: a sorridente (comédia) e a triste (tragédia). Curiosos, eles logo desvendam os desenhos falando que é alguém feliz e alguém triste, ou um bonzinho e um malvado. Expliquei que aquele é o símbolo do teatro e, para que eles entendessem melhor o que é um símbolo, desenhei símbolos mais familiares a eles para que eles liguem aos seus significados, como por exemplo uma nota musical, uma bola, um coração. Assim que entenderam e relacionaram, voltei às máscaras e brincamos com ambas as expressões, onde eles imitaram ora uma máscara, ora outra. Assim, comecei a falar sobre essas duas emoções, sobre o que é ser feliz, o que é ser triste. Primeiro com a feliz, questionei a cada um deles o que os deixa feliz (e essa parte pode ser muito divertida), um a um, iniciando sempre por mim. Depois nos levantamos e pedi para que eles caminhassem pela sala de maneira livre e fui aos poucos pedindo para que eles se lembrassem daquela coisa feliz que me contaram, que imaginassem que ela estava acontecendo. Aos poucos surgiram sorrisos e passos empolgados. Depois nos sentamos, e fiz a mesma coisa com o triste, primeiro o diálogo e depois a caminhada. Ao final da caminhada triste, nos sentamos para reflexão.
  • Na roda, estimulei a lembrança de outras emoções, outras “coisas que sentimos” e surgiram respostas como fome, preguiça, frio, calor, susto, braveza. Então levantamos e sugeri, uma a uma que caminhássemos como se estivéssemos sentindo essas emoções. Ao final, nos sentamos e pontuei que cada emoção que escolhemos, fazia nosso corpo ficar diferente. Fizemos em estátua cada uma delas e essa descoberta costuma ser bem divertida pra eles.
  • Depois de entender que a emoção cria um corpo eu trouxe à tona personagens. Perguntei se um personagem como o lobo faminto poderia caminhar como alguém feliz (e claro, fiz o movimento). Eles, é claro, negaram. E então me ensinaram como um lobo faminto caminharia. Logo, eles fazem a ligação entre corpo X emoção X personagem. Assim, cada um veio a frente da sala “imitar” o seu personagem pensando na emoção que ele sente. Surgiram princesas, cavaleiros, monstros e eles mesmos deveriam adivinhar quem era o personagem do colega. Lembrando que é bacana nesse momento destacar espaço palco e espaço plateia, os sentados assistem e esperam sua vez, o de pé é o ser que atua.
  • Ao final da aula, tenho como costume junta-los em roda (de pé), dar as mãos, fazer o agradecimento habitual dos atores em finais de espetáculo (abaixando o tronco) e depois, aplaudirmos. É uma maneira deles fixarem essa cultura.


Acho que é isso, qualquer dúvida, fiquem à vontade!!!







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