Apesar de estarmos em 1º de fevereiro, minha rotina de aulas ainda não voltou ao normal, essa semana só darei aulas para o Ensino Infantil, 1º e 2º ano do Anglo. As demais turmas voltaremos na semana que vem. Mas já vou descrever essas primeiras aulas para vocês e dar algumas outras sugestões de “primeiras aulas”.
Ensino Infantil – Anglo
Na primeira aula do ano com a turminha do Infantil, a maioria dos alunos já eram meus no ano passado, porém haviam alguns alunos que eu não conhecia. Se fosse o caso de uma turma completamente nova, a aula aconteceria de maneira diferente (darei dicas num próximo post), mas não foi o caso. Sobre a idade, é ensino infantil mesclado, logo tenho alunos de 2 a 6 anos em média, não posso dizer com muita exatidão. A aula dura de 50 min a 1 hora.
- Eu inicio sempre as aulas com os pequenininhos os deixando falar. Costumo sentar em roda com eles e um de cada vez me conta as novidades da semana, se assim quiserem. Primeiro porque como nossos encontros são semanais eles ficam muito eufóricos ao me ver e depois que eles se expõem, geralmente se acalmam para que possamos trabalhar. Segundo porque acredito que nessa fase é extremamente importante estimular a comunicação verbal deles, por isso os escuto e interajo com muita empolgação sob tudo que eles falam.
- Após essa conversa, desenhei bem grande na lousa as máscaras símbolo do teatro: a sorridente (comédia) e a triste (tragédia). Curiosos, eles logo desvendam os desenhos falando que é alguém feliz e alguém triste, ou um bonzinho e um malvado. Expliquei que aquele é o símbolo do teatro e, para que eles entendessem melhor o que é um símbolo, desenhei símbolos mais familiares a eles para que eles liguem aos seus significados, como por exemplo uma nota musical, uma bola, um coração. Assim que entenderam e relacionaram, voltei às máscaras e brincamos com ambas as expressões, onde eles imitaram ora uma máscara, ora outra. Assim, comecei a falar sobre essas duas emoções, sobre o que é ser feliz, o que é ser triste. Primeiro com a feliz, questionei a cada um deles o que os deixa feliz (e essa parte pode ser muito divertida), um a um, iniciando sempre por mim. Depois nos levantamos e pedi para que eles caminhassem pela sala de maneira livre e fui aos poucos pedindo para que eles se lembrassem daquela coisa feliz que me contaram, que imaginassem que ela estava acontecendo. Aos poucos surgiram sorrisos e passos empolgados. Depois nos sentamos, e fiz a mesma coisa com o triste, primeiro o diálogo e depois a caminhada. Ao final da caminhada triste, nos sentamos para reflexão.
- Na roda, estimulei a lembrança de outras emoções, outras “coisas que sentimos” e surgiram respostas como fome, preguiça, frio, calor, susto, braveza. Então levantamos e sugeri, uma a uma que caminhássemos como se estivéssemos sentindo essas emoções. Ao final, nos sentamos e pontuei que cada emoção que escolhemos, fazia nosso corpo ficar diferente. Fizemos em estátua cada uma delas e essa descoberta costuma ser bem divertida pra eles.
- Depois de entender que a emoção cria um corpo eu trouxe à tona personagens. Perguntei se um personagem como o lobo faminto poderia caminhar como alguém feliz (e claro, fiz o movimento). Eles, é claro, negaram. E então me ensinaram como um lobo faminto caminharia. Logo, eles fazem a ligação entre corpo X emoção X personagem. Assim, cada um veio a frente da sala “imitar” o seu personagem pensando na emoção que ele sente. Surgiram princesas, cavaleiros, monstros e eles mesmos deveriam adivinhar quem era o personagem do colega. Lembrando que é bacana nesse momento destacar espaço palco e espaço plateia, os sentados assistem e esperam sua vez, o de pé é o ser que atua.
- Ao final da aula, tenho como costume junta-los em roda (de pé), dar as mãos, fazer o agradecimento habitual dos atores em finais de espetáculo (abaixando o tronco) e depois, aplaudirmos. É uma maneira deles fixarem essa cultura.
Acho que é isso, qualquer dúvida, fiquem à vontade!!!
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